terça-feira, 17 de novembro de 2009

Santa Isabel de Hungria - 17 de Novembro


Do lado materno, era sobrinha de Santa Edwiges, tia das santas Cunegundes (Kinga) e Margarida da Hungria e tia-avó de Santa Isabel de Portugal e do lado paterno prima de Santa Inês de Praga. Casara-se com o Duque Ludwig da Turíngia, filho do Landgrave Hermano I e de Sofia da Bavária, soberano de um dos feudos mais ricos do Sacro Império Romano-Germânico. O noivado foi realizado no Castelo de Wartburg, em Eisenach, capital do Ducado da Turíngia, quando Isabel tinha apenas 4 anos e Luís 11.
Os dois príncipes tiveram três filhos e realmente se apaixonaram e viveram uma grande e intensa história de amor, num matrimônio exemplar, que atraiu sobre Isabel os ciúmes de sua sogra, a duquesa Sofia e demais parentes do esposo. Foi fortemente influenciada pela espiritualidade franciscana, cuja ordem surgiu naquela época. Quis viver uma pobreza voluntária total, no que foi desaconselhada pelo seu diretor espiritual, Conrado de Marburgo, que a aconselhou a viver as virtudes do seu estado.
Dela conta-se que certa vez, quando levava algumas provisões para os pobres nas dobras de seu manto, encontrou-se com seu marido, que voltava da caça. Espantado por vê-la curvada ao peso de sua carga, ele abriu o manto que ela apertava contra o corpo e nada mais achou do que belas rosas vermelhas e brancas, embora não fosse época de flores. Dizendo-lhe que prosseguisse seu caminho, apanhou uma das rosas, que guardou pelo resto de sua vida.
Em outra situação, avisado pela mãe de que a esposa havia acolhido um leproso sobre o próprio leito, Ludwig correu para lá, mas os olhos de sua alma se abriram e ele contemplou uma imagem de Cristo Crucificado. Ludwig apaoiava e auxiliava a amada esposa em suas grandes obras de caridade. Porém, tamanha prodigalidade para com os pobres irritava os seus cunhados, os príncipes Henrique e Conrado da Turíngia.
Ao partir para as cruzadas acompanhando o imperador Frederico II, Ludwig faleceu de peste em Otranto, o que causou enorme dor em Santa Isabel, que recebera a notícia da morte em outubro, após o nascimento da terceira filha, Gertrudes. Esta dor, entretanto, foi ainda acrescida de maiores agruras, quando seus cunhados, livres do temor que nutriam pelo irmão mais velho, expulsaram-na do castelo com seus filhos, em pleno inverno, sem dinheiro e sem mantimentos e ainda proibindo o povo de agasalhá-la e a seus filhos.
Resgatada mais tarde por sua tia Matilda, Abadessa do Convento Cisterciense de Ktizingen, Isabel preferiu confiar a seus parentes a educação dos três filhos - Hermano, Sofia e Gertrudes - e quis tomar o hábito da Ordem Terceira de São Francisco, junto de suas duas fiéis damas de companhia Jutta e Isentrude.
Seu confessor, Mestre Algum tempo depois, entretanto, os cavaleiros que tinham acompanhado o Duque da Turíngia à cruzada voltaram, trazendo seu corpo. Corajosamente enfrentaram os Príncipes, irmãos do duque falecido e exprobaram-lhes a crueldade praticada contra a viúva de seu próprio irmão e contra seus sobrinhos. Os príncipes não resistiram às palavras dos cavaleiros e pediram perdão a Santa Isabel e a restauraram em seus bens e propriedades.
Mestre Conrado de Marburgo a orientou numa vida de renúncia (não sem ele mesmo impor-lhe uma rígida e sufocante disciplina que precisou da intervenção dos amigos para ser abrandada) e ela usou parte de sua fortuna para construir um Hospital em honra a São Francisco de Assis em Marburgo. Nesta época de sua vida, a santidade de Isabel manifestou-se de forma extraordinária e seu nome tornou-se famoso em todas as montanhas da Alemanha. Dizia-se que São João Batista vinha lhe trazer pessoalmente a comunhão e que inúmeras vezes ela foi visitada pelo próprio Jesus Cristo e pela Virgem Maria, que a consolavam em seus sofrimentos. Uma de suas amigas depôs no processo de canonização que surpreendeu várias vezes a santa elevada no ar a mais de um metro do chão, enquanto contemplava o Santíssimo Sacramento absorta em êxtase contemplativo.Perguntada certa vez sobre que fim queria dar à herança que lhe pertencia disse: "Minha herança é Jesus Cristo!"
Henrique ficou como Regente de ducado durante a menoridade do sobrinho mais velho, o novo Duque soberano, porém Isabel preferiu viver na pobreza absoluta, o que muito desejava, retirou-se primeiro para Eisenach, depois para o Castelo de Pottenstein e, finalmente para uma modesta residência em Marburgo onde às suas expensas mandou construir o Hospital de Marburgo, ingressou na Ordem Terceira Franciscana e aí, em Marburgo prestou assistência direta aos pobres e doentes, onde veio a falecer poucos anos depois, em 1231, com apenas 24 anos. Foi sepultada com grandes honras. Na Alemanha, também seu marido Ludwig e sua filha Gertrudes são honrados como santos.
Dela disse o Cardeal Ratzinger Arcebispo de Munique, actual Papa Bento XVI: O que fez foi realmente viver com os pobres. Desempenhava pessoalmente os serviços mais elementares do cuidado com os doentes: lavava-os, ajudava-os precisamente nas suas necessidades mais básicas, vestia-os, tecia-lhes roupas, compartilhava a sua vida e o seu destino e, nos últimos anos, teve de sustentar-se apenas com o trabalho das suas próprias mãos.(...)
Deus era real para ela. Aceitou-o como realidade e por isso lhe dedicava uma parte do seu tempo, permitia que Ele e sua presença lhe custassem alguma coisa. E como tinha descoberto realmente a Deus, e Cristo não era para ela uma figura distante, mas o Senhor e o Irmão da sua vida, encontrou a partir de Deus o ser humano, imagem de Deus. Essa é também a razão por que quis e pôde levar aos homens a justiça e o amor divinos. Só quem encontra a Deus pode também ser autenticamente humano. (Da homilia na igreja de Santa Isabel da Hungria de Munique, em 2 de dezembro de 1981).
Foi canonizada pelo Papa Gregório IX em 1235. Por ocasião do VII Centenário do seu nascimento (20 de novembro de 2007) a Cidade do Vaticano fez uma emissão extraordinária de selo comemorativo do evento com 300.000 séries completas, com 10 selos por folha, no valor de $ 0,65 Euros por selo.[1]
É padroeira da Ordem Franciscana Secular.
Sua festa litúrgica é celebrada dia 17 de Novembro.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Conhecendo Frei Galvão



Santo Antônio de Sant'Ana Galvão, OFM, mais conhecido como Frei Galvão (Guaratinguetá, 1739 — São Paulo, 23 de dezembro de 1822) foi um frade católico e primeiro santo nascido no Brasil. Foi canonizado pelo papa Bento XVI durante sua visita ao Brasil (São Paulo) em 11 de maio de 2007.

Biografia


O pai, Antônio Galvão de França, nascido em Portugal, era o capitão-mor da vila. Sua mãe, Isabel Leite de Barros, era filha de fazendeiros, bisneta do famoso bandeirante Fernão Dias Pais, o "caçador de esmeraldas".
Antônio viveu com seus irmãos numa casa grande e rica, pois seus pais gozavam de prestígio social e influência política. O pai, querendo dar uma formação humana e cultural segundo suas possibilidades econômicas, mandou o filho com a idade de treze anos para o Colégio de Belém, dos padres jesuítas, na Bahia, onde já se encontrava seu irmão José.
Lá fez grandes progressos nos estudos e na prática cristã, de 1752 a 1756. Queria tornar-se jesuíta, mas por causa da perseguição movida contra a Ordem pelo Marquês de Pombal, seu pai o aconselhou a entrar para os franciscanos, que tinham um convento em Taubaté, não muito longe de Guaratinguetá. Assim, renunciou a um futuro promissor e influente na sociedade de então, e aos 16 anos, entrou para o noviciado na Vila de Macacu, no Rio de Janeiro.
Estátua do frade em sua cidade natal, GuaratinguetáA 16 de abril de 1761 fez seus votos solenes. Um ano após foi admitido à ordenação sacerdotal, pois julgaram seus estudos suficientes.
Foi então mandado para o Convento de São Francisco em São Paulo a fim de aperfeiçoar os seus estudos de filosofia e teologia, e exercitar-se no apostolado. Data dessa época a sua "entrega a Maria", como seu "filho e escravo perpétuo", consagração mariana assinada com seu próprio sangue a 9 de março de 1766.
Terminados os estudos foi nomeado Pregador, Confessor dos Leigos e Porteiro do Convento, cargo este considerado de muita importância, pela comunicação com as pessoas e o grande apostolado resultante. Em 1769-70 foi designado confessor de um Recolhimento de piedosas mulheres, as "Recolhidas de Santa Teresa", em São Paulo.

Fundação de Novo Recolhimento

Neste Recolhimento encontrou Irmã Helena Maria do Espírito Santo, religiosa que afirmava ter visões pelas quais Jesus lhe pedia para fundar um novo Recolhimento. Frei Galvão, ouvindo também o parecer de outras pessoas, considerou válidas essas visões. No dia 2 de fevereiro de 1774 foi oficialmente fundado o novo Recolhimento e Frei Galvão era o seu fundador.
Em 23 de fevereiro de 1775, um ano após a fundação, Madre Helena morreu repentinamente. Frei Galvão tornou-se o único sustentáculo das Recolhidas. Enquanto isso, o novo capitão-general da capitania de São Paulo retirou a permissão e ordenou o fechamento do Recolhimento. Fazia isso para opor-se ao seu predecessor, que havia promovido a fundação. Frei Galvão foi obrigado a aceitar e também as recolhidas obedeceram, mas não deixaram a casa e resistiram. Depois de um mês, graças a pressão do povo e do Bispo, o recolhimento foi aberto.
Devido ao grande número de vocações, viu-se obrigado a aumentar o recolhimento. Durante catorze anos cuidou dessa nova construção (1774-1788) e outros catorze para a construção da igreja (1788-1802), inaugurada aos 15 de agosto de 1802. Frei Galvão foi arquiteto, mestre de obras e até mesmo pedreiro. A obra, hoje o Mosteiro da Luz, foi declarada "Patrimônio Cultural da Humanidade" pela UNESCO.
Frei Galvão, além da construção e dos encargos especiais dentro e fora da Ordem Franciscana, deu toda a atenção e o melhor de suas forças à formação das Recolhidas. Era para elas verdadeiro pai e mestre. Para elas escreveu um estatuto, excelente guia de disciplina religiosa. Esse é o principal escrito de Frei Galvão, e que melhor manifesta a sua personalidade.
Em várias ocasiões as exigências da sua Ordem Religiosa pediam que se mudasse para outro lugar para realizar outras funções, mas tanto o povo e as Recolhidas, como o bispo, e mesmo a Câmara Municipal de São Paulo intervieram para que ele não saísse da cidade. Diz uma carta do "Senado da Câmara de São Paulo" ao Provincial (superior) de Frei Galvão: "Este homem tão necessário às religiosas da Luz, é preciosíssimo a toda esta Cidade e Vilas da Capitania de São Paulo, é homem religiosíssimo e de prudente conselho; todos acorrem a pedir-lho; é homem da paz e da caridade".
Frei Galvão viajava constantemente pela capitania de São Paulo, pregando e atendendo as pessoas. Fazia todos esses trajetos sempre a pé, não usava cavalos nem a liteira levada por escravos. Vilas distantes sessenta quilômetros ou mais, municípios do litoral, ou mesmo viajando para o Rio de Janeiro, enfim, não havia obstáculos para o seu zelo apostólico. Por onde passava as multidões acorriam. Ele era alto e forte, de trato muito amável, recebendo a todos com grande caridade.

(Fonte site São Frei Galvão: http://www.saofreigalvao.com/index.asp)

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

17 de Setembro - Impressão das Chagas de São Francisco




Mais conhecido, no Nordeste do Brasil, como São Francisco das Chagas é o mesmo São Francisco de Assis. No final de sua vida, São Francisco recebeu as Chagas de Jesus, durante um momento de profunda oração no alto de um Monte. A Solenidade onde se comemora o recebimento das Chagas Divinas se comemora no dia 17 de setembro. Leia abaixo, para poder entender um pouquinho mais.

O SENTIDO E O SIGNIFICADO DAS CHAGAS DE SÃO FRANCISCO

Mais do que desvendar o caráter histórico das Chagas de São Francisco, importa refletir sobre a experiência de vida que se esconde sobre este fato. O que significa a expressão de Celano (primeiro biógrafo de S. Francisco) "levava a cruz enraizada em seu coração"? O que isso significou para o próprio Francisco? Há um significado para nós hoje, naquilo que com ele ocorreu?

Um erro comum é o de ver São Francisco como uma figura acabada, pronta, sem olhar para a caminhada que ele fez até chegar à semelhança perfeita (configuração) com o Cristo. O que ocorreu no Monte Alverne (Monte na Itália onde o santo recebeu as Chagas de Jesus Crucificado) é o cume de toda uma vida, de uma busca incessante de Francisco em "seguir as pegadas de Jesus Cristo". Francisco lançou-se numa aventura, sem tréguas, na qual deu tudo de si: a vontade, a inteligência e o amor. As Chagas significam que Deus é Senhor de sua vida. Deus encontrou nele a plena abertura e a máxima liberdade para sua Presença.

O segundo significado das Chagas é o de que Deus não é alienação para o ser humano, ao contrário, é sua plena realização e salvação. Colocando-se como centro da própria vida é que o homem se aliena e se destrói; torna-se absurdo para si mesmo no fechamento do seu ‘ego’. O homem só encontra sua verdadeira identidade, sua própria consistência e o sentido de sua existência em Deus. E Francisco fez esta descoberta: Jesus Cristo foi crucificado em razão de seu amor pela humanidade - "amou-os até o fim" - , e ele percorre este mesmo caminho.

O terceiro significado: as Chagas expressam que a vivência concreta do amor deixa marcas. A exemplo de Cristo, Francisco quis suportar/carregar e amar os irmãos para além do bem e do mal (amor incondicional). Essa atitude o levou a respeitar e acolher o ‘negativo’ dos outros mantendo a fraternidade apesar das divisões. Esse acolher e integrar o negativo da vida é a única forma de vencer o ‘diabólico’, rompendo com o farisaísmo e a autosuficiência, aniquilando o mal na própria carne. Só assim, o homem é de fato livre, porque não apenas suporta, mas ama e abraça o negativo que está em si e nos outros.

O quarto significado: seguir o Cristo implica em morrer um pouco a cada dia: "Quem quiser ser meu discípulo, tome a sua cruz a cada dia e me siga" (Lc 9,23). Não vivemos num mundo que queremos, mas naquele que nos é imposto. Não fazemos tudo o que desejamos, mas aquilo que é possível e permitido. Somos chamados a viver alegremente mesmo com aquilo que nos incomoda, vencendo-se a si mesmo e integrando o ‘negativo’, de modo que ele seja superado. Nós seremos nós mesmos na mesma medida em que formos capazes de assumir nossa cruz. As chagas de São Francisco são as Chagas de Cristo, e elas nos desafiam: ninguém pode conservar-se neutro, sem resposta diante da vida.

São Francisco não contentou-se em unicamente seguir o Cristo. No seu encantamento com a pessoa do Filho de Deus, assemelhou-se e configurou-se com Ele. Este seu modo de viver está expresso na "perfeita alegria", tema central da espiritualidade franciscana: "Acima de todos os dons e graças do Espírito Santo, está o de vencer-se a si mesmo, porque dos todos outros dons não podemos nos gloriar, mas na cruz da tribulação de cada sofrimento nós podemos nos gloriar porque isso é nosso".

terça-feira, 14 de julho de 2009

Corpus Christis


O QUE É CORPUS CHRISTIS?

Corpus Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo) é uma festa móvel da Igreja Católica que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia.
É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de Petentencostes. É uma festa de ‘preceito’, isto é, para os católicos é de comparecimento obrigatório participar da Missa neste dia, na forma estabelecida pela Conferência Episcopal do país respectivo.
A procissão pelas vias públicas, quando é feita, atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, “para testemunhar publicamente a veneração para com a santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo.” É recomendado que nestas datas, a não ser por causa grave e urgente, não se ausente da diocese o Bispo (cân. 395).

História


A origem da Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao Século XIII. A Igreja Católica sentiu necessidade de realçar a presença real do “Cristo todo” no pão consagrado. A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano IV com a Bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na quinta-feira após a Festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Petencostes.
O Papa Urbano IV foi o cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège na Bélgica, que recebeu o segredo das visões da freira agostiniana, Juliana de Mont Cornillon, que exigiam uma festa da Eucaristia no Ano Litúrgico. Conta a história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, de costumes irrepreensíveis, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença de Cristo na Eucaristia. Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o Dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido da dúvida. Na hora da Consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: a Hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal, os sangüíneos e as toalhas do altar sem no entanto manchar as mãos do sacerdote, pois, a parte da Hóstia que estava entre seus dedos, conservou as características de pão ázimo. Por solicitação do Papa Urbano IV, que na época governava a igreja, os objetos milagrosos foram para Orviedo em grande procissão, sendo recebidos solenemente por sua santidade e levados para a Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico. A 11 de agosto de 1264, o Papa lançou de Orviedo para o mundo católico através da bula Transiturus do Mundo o preceito de uma festa com extraordinária solenidade em honra do Corpo do Senhor.
A festa mundial de Corpus Christi foi decretada em 1264. O decreto de Urbadi IV teve pouca repercussão, porque o Papa morreu em seguida. Mas se propagou por algumas igrejas, como na diocese de Colônia na Alemanha, onde Corpus Christi é celebrada desde antes de 1270. A procissão surgiu em Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em Roma é encontrada desde 1350.
A Eucaristia é um dos sete sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: ‘Este é o meu corpo...isto é o meu sangue... fazei isto em memória de mim’. Porque a Eucaristia foi celebrada pela 1ª vez na Quinta-Feira Santa, Corpus Christi se celebra sempre numa quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade.

A Festa no Brasil

Procissão de Corpus Christi, pausa para o Tantum Ergo em Latim. Pirenópolis, Goiás.
Em muitas cidades portuguesas e brasileiras é costume ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo e desenhos de inspiração religiosa. Esta festividade de longa data se constitui uma tradição no Brasil, principalmente nas cidades históricas se revestem de práticas antigas e tradicionais são embelezadas com decorações de acordo com costumes locais.
Em Pirenópolis, Goiás, é uma tradição os tapetes de serragem colorida e flores do cerrado, cobrindo as ruas por onde passa-se a procissão de Corpus Christi, também efeita-se 5 altares para a adoração do Santíssimo Sacramento, e execussão do cântico latino Tamtum Ergo Sacramentum, esta procissão é acompanhada pela Irmandade do Santíssimo Sacramento e pela Orquestra e Coral Nossa Senhora do Rosário. É neste dia que o Imperador do Divino recebe a coroa, para a realização da Festa do Divino de Pirenópolis, do ano seguinte.
Em Castelo, no estado do Espírito Santos, as ruas são decoradas com enormes tapetes coloridos formados por flores, serragem colorida e grãos. Em São Paulo, o município de Matão é famoso por seus tapetes coloridos feitos de vidro moído, serragem e flores que formam uma cruz no centro da cidade. A cidade de Mariana - MG comemora a festa de Corpus Christi enfeitando as ruas com tapetes de serragem e pinturas. Jaguáriúna - SP, Santo André -SP, São Joaquim da Barra - SP e Jacobina - BA também seguem o mesmo estilo, as ruas ao redor da matriz são enfeitadas com serragem, raspa de couro, areias coloridas, tudo o que a criatividade proporciona para este dia santo. Em Caieiras - SP a Juventude da Cidade promove com sua criatividade tapetes que se estendem no trajeto da procissão deste solene dia, desde a Igreja Matriz de Santo Antonio até a igreja de São Francisco de Assis, este trabalho dura doze horas e é coroado com a procissão luminosa em torno ao Santíssimo Sacramento.
Em Sabará/MG, o dia de Corpus Christ também é celebrado por uma procissão e com a decoração da rua Dom Pedro II com serragem e areia e com missas durante o dia todo nas igrejas da cidade.

quarta-feira, 25 de março de 2009

COMO SE DÁ O PROCESSO DE TRANSIÇÃO DA JUFRA PARA A OFS?

Segundo os documentos, a Juventude Franciscana é formada por aqueles jovens que se sentem chamados pelo Espírito Santo para viver em fraternidade o ideal franciscano de vida.

A JUFRA é um caminho de vocação, que tem a proposta de despertar nos seus jovens para uma vocação, seja ela religiosa, sacerdotal, matrimonial, leiga, dentre outras. A formação da Juventude Franciscana trabalha principalmente a vocação franciscana secular, uma vez que é parte da Ordem Franciscana Secular. No caso em questão, quero apresentar o processo de transição da JUFRA para OFS (vocação laical).

Os jufristas, aos encerrarem sua Formação Básica (FBJ), participam de um encontro de final de semana chamado Encontro Inicial da Etapa da Formação Franciscana. Ao término deste Encontro, segundo as Diretrizes de Formação da JUFRA, os jovens fazem o pedido de Admissão à Ordem Franciscana Secular. Após a admissão, os jufristas irão para a Etapa da Formação Franciscana (EFF), onde esta na OFS é chamada Etapa dos Formandos. Nesse período (dois ou três anos) os jovens que estão nessa etapa irão estudar os temas propostas pelas Diretrizes dentre eles: Regra da OFS e Constituições Gerais da OFS.

Se nas fraternidades da JUFRA não existirem fraternidades da OFS próximas, o Conselho Regional da OFS será responsável, juntamente com a JUFRA, pela formação daqueles jufristas que estão na EFF. Ressalto que em todos os casos, o (a) Animador (a) Fraterno é particularmente responsável por acompanhar a formação desses jovens.
Terminado o período dessa Etapa de Formação, os jovens solicitam ao Conselho da Fraternidade da OFS a sua Profissão (temporária ou definitiva) e uma vez professos, os jufristas poderão continuar participando paralelamente da JUFRA e OFS.

A partir daí é interessante que os jufristas, aos poucos e gradativamente, desliguem-se da Fraternidade da JUFRA para que possam posteriormente participar somente da OFS. Lembro que, os jovens poderão permanecer na JUFRA até os 30 anos de idade, sendo assim, poderão participar das duas fraternidades (OFS e JUFRA). Após esse limite de idade, o jovem deve se desligar da Juventude Franciscana, não podendo assim assumir nenhum cargo / serviço, não tem direito a votar e ser votado, e não tendo mais a obrigação de pagar a contribuição fraterna da JUFRA.

É interessante e necessário que os jovens tenham isso em mente, fazendo dessa transição um processo natural e essencial para o amadurecimento e prosseguimento da caminhada franciscana, tanto individual como coletivamente.

A Deus louvor, honra e glória para sempre! Paz e bem!

Jackson dos Santos Barbosa, OFS/JUFRA
Secretário Fraterno Nacional

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Tau


- é o emblema e a "assinatura" de São Francisco de Assis
e dos Franciscanos.

"São Francisco nutria grande veneração e afeto pelo sinal TAU. E mesmo o recomendava muitas vezes por palavras e escrevia de próprio punho sob as cartas que enviava, como se de sua missão consistisse, conforme a palavra do profeta em marcar com um TAU a fronte dos homens que gemem e choram, (Ez 9, 4), convertidos sinceramente a Cristo".

( S. Boaventura, Legenda Maior, IV, 9 ).

Uma das mais preciosas lembranças de São Francisco de Assis é esse pergaminho, datado de 1224, escrito de próprio punho pelo Santo, conservado atualmente no Sacro Convento, em Assis.

De um lado contem a oração "Louvores a Deus", e, do outro, a "Bênção a Frei Leão".

Em baixo do texto da "Bênção" há um TAU, sobre a cabeça. Com letras vermelhas, Frei Leão acrescentou o seguinte comentário: "Dois anos antes da sua morte passou o bem-aventurado Francisco a Quaresma no Monte Alverne (...). Depois duma visão e colóquio com um Serafim, e depois da impressão dos estigmas de Cristo no seu corpo, compôs ele estes Louvores e os escreveu de próprio punho no verso desta folha, rendendo graças ao Senhor pelo benefício recebido. O bem-aventurado Francisco escreveu esta bênção de próprio punho para mim, Frei Leão. Igualmente desenhou ele de próprio punho este sinal T com a abeça.”.

Origem histórica e significado teológico do sinal TAU

Toda a família franciscana nutre um grande carinho pelo TAU, fazendo dele seu distintivo e seu programa de vida. Mas não são só os franciscanos; também outras pessoas que se identificam interiormente com a mensagem de São Francisco de Assis, "o irmão universal", usam, com cada vez mais freqüência, o TAU como expressão da sua simpatia e do seu compromisso com os ideais do Santo de Assis.

O quê significa o Tau? Como São Francisco chegou a fazer dele seu "selo e sua assinatura"?

Que programa de vida e de ação encerra para todos os que, hoje, o usam?

1. O significado simbólico do TAU.

O TAU é uma letra dos alfabetos hebraico e grego. No alfabeto hebraico (língua em que foi escrita a Bíblia), ela ocupa o ultimo lugar, passando a significar, assim, a "complementação da Lei". Ela é, também, a primeira letra da palavra "Torah" (Lei). A letra grega TAU, baseando-se no texto do profeta Ezequiel 9, 4, tornou-se símbolo da cruz, fim e complementação da antiga Lei: "Percorre a cidade, o centro de Jerusalém, e marca com uma cruz (Tau) na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometem".

Na época da Patrística ( primeiros séculos da Cristandade), a letra TAU foi interpretada como a cruz de Jesus Cristo, símbolo da complementação da antiga lei. Pelo seu aspecto gráfico, o TAU ( T ) lembrava o mastro de um navio. Navio simboliza a Igreja ( Barca de Pedro, comunidade dos remidos), o mastro simboliza a cruz de Cristo, que é a força condutora da Igreja.

2. São Francisco e o TAU.

Como São Francisco chegou a usar o TAU, de modo a identificar-se com ele?

a) Pela influência da época.

Na época de Francisco o TAU era conhecido comumente pelo povo e entendido como sinal da salvação, com seu rico significado simbólico e com seus poderes até de afastar peste ou curar doentes.

b) Pelo contato com os Eremitas de Santo Antão (ou Antônio Abade).

Sabe-se que a conversão definitiva de Francisco, o encontro com Cristo pobre e crucificado, se deu no beijo depositado no rosto de um leproso. Os primeiros anos da sua vida segundo o Evangelho, Francisco passou tratando dos leprosos, nas proximidades de sua cidade natal, Assis. Os leprosos eram para ele a presença viva do próprio Cristo. Ora, nas idas a Roma costumava a hospedar-se no hospital de leprosos mantidos pelos Irmãos de Santo Antônio. Estes portavam um grande TAU nos seus hábitos, sinal de pertença à irmandade e de serviço de caridade.

c) O TAU, símbolo do compromisso com o Evangelho e da renovação da Igreja.

A mais forte influência, para o uso do TAU, exerceu sobre São Francisco o Concílio Lateranense IV, convocado pelo Papa Inocêncio III e iniciado aos 11 de novembro de 1215.

O Papa convocou este Concílio com o propósito de despertar toda a Cristandade para dois objetivos: a defesa dos lugares Santos da Palestina, contra os Saracenos e, o que é mais importante, para uma campanha de renovação de toda a Igreja.

A importância deste Concílio expressam bem os números das pessoas convocadas pelo Papa: 2212 padres conciliares, dos quais 412 bispos, 800 abades e superiores das Ordens Religiosas, e o restante, os embaixadores, teólogos e líderes dos movimentos religiosos. São Francisco foi convidado na qualidade de fundador de uma nova Ordem.

O Papa abriu os trabalhos conciliares com uma fantástica pregação que imediatamente adquiriu uma larga repercussão. O fio condutor foi as palavras de Cristo: "Ardentemente desejei comer esta Páscoa convosco".(Lc 22, 15).

Lembrou que "Páscoa" significa "passagem" e fez votos que o Concílio, a nova Páscoa, dê início à tríplice "passagem":

corporal, espiritual e eterna.

A passagem corporal seria a cruzada e a recuperação de Jerusalém; a passagem espiritual deveria ser a mudança de costumes, ou seja a reforma da Igreja; a passagem eterna significaria a renovação da vida Espiritual pelos sacramentos, especialmente da Eucaristia.

A segunda parte da pregação, referente a passagem espiritual, foi o enérgico comentário ao Capítulo 9 do Livro de Ezequiel. O Papa fez suas as palavras do profeta: "Percorre a cidade, o centro de Jerusalém, marca com uma cruz (tau) na fronte os que gemem e suspiram devido a tantas abominações que na cidade se cometeram"( Ez 9, 4), e acrescentou: O "TAU é a última letra do alfabeto hebraico e a sua forma representa a cruz, exatamente tal e qual foi a cruz antes de ser nela afixada a placa com a inscrição de Pilatos. O TAU é o sinal que o homem porta na fronte quando com todo o seu ser revela a irradiação da cruz... Sejam, portanto, os mestres desta cruz".

São Francisco ficou vivamente impressionado com este apelo. Sentiu-se pessoalmente convocado a fazer conforme a Igreja lhe pedia: do apelo do Papa fez o programa da sua vida e apostolado e do sinal TAU fez o seu próprio distintivo.

3. O TAU, sinal do compromisso com o Evangelho e com a "Nova Evangelização".

São Francisco de Assis continua sempre vivo, assim como sua mensagem de "viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo". Sua mensagem é universal, porque o próprio Evangelho que ele viveu de forma tão simples e tão humana, é universal, é a Boa Nova para todos. Jesus é esta Boa Nova! Jesus é a solução! Usar, hoje, o TAU, significa abraçar este Cristo, modelo do homem total, homem feliz. Significa comprometer-se com as exigências do Evangelho e com a Nova Evangelização. Ser, como São Francisco, "mensageiros do Grande Rei!"

"Bênção de São Francisco a Frei Leão":

"O Senhor te abençoe e te proteja.

Mostre-te a sua face e se compadeça de ti.

Volva a ti o seu rosto e te dê a Paz" (Nm 6, 24-26)

T Frei Leão, o Senhor te abençoe."